Friday, 30 January 2009
fé cega, faca amolada
"Pacientemente despetalas
o sorriso
dente após dente,
dente após dente,
como se a tecer rosas
num pano de prato, como
se a estabelecer regras
ao jogo recém-inventado,
como se a traçar retas
imaginárias sob as nuvens."
se a estabelecer regras
ao jogo recém-inventado,
como se a traçar retas
imaginárias sob as nuvens."
Não tem mais nada fora do lugar.
E eu me pergunto: de onde vem essa saudade?
Como é que se faz para despistar um pensamento?
Por muito tempo, tudo que eu vivi foi resumido
à quantidade de vezes em que você aparecia.
Se você sorria, era alegria, se chorava, era eu quem pranteava.
Como é que se limpa uma memória?
A possibilidade de não te ver ainda me assombra,
como se a qualquer momento eu fosse acordar
de uma breve mentira, ou de uma verdade infinita.
Como é que se esquece o que define um caráter?
Você ainda é aquela estrela que eu não consegui alcançar.
Todas as histórias ainda estão dentro de mim,
como uma doença eterna, como a borboleta e o furacão.
Hoje mais um laço foi cortado, tão sutil, laço de cetim.
E no meu peito sempre cabe um pouco mais de você.
Como é que se faz um novo começo?
