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Monday 16 February 2009

girl, interrupted

Há 5 meses atrás eu pisei pela primeira vez em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. Vocês podem achar muito bonitinho ser uma Garota Interrompida, mas a verdade é que naquele primeiro dia, doia demais sorrir. Um milhão de pensamentos confusos e errados passavam pela minha cabeça e eu me senti sozinha pela primeira vez na vida, totalmente incapaz de perceber que era ali o meu lugar.
No dia 16 de setembro de 2008, eu entrei na Instituição onde eu passaria os próximos 30 dias. Lá eu conheci o muita gente que no começo me assustou. A mentirosa, o popular, o revoltado, o mais sofrido, o ator, o pai de todos, a dissimulada, a lésbica, o conquistador, o reincidente, o com problemas na bexiga, o sorridente. Primeiro eles eram só rótulos, como o meu, que deve ter sido um enigma.
Quando eu cheguei lá, meus pulsos ainda doíam pelos pontos recém tirados. A dor me fazia bem, eu não me sentia sozinha se sentia dor, sentia que estava tendo o que eu mereci. Tinha um caderno de capa dura amarelo e uma caneta bic. Sem telefone, sem fotos, sem livros, sem secador de cabelos, sem perfume, sem maquiagem, só um espelho grande e uma cama com um colchão de ginástica que fazia uma sinfonia à noite. Logo, eu vi que continuar mentindo ia fazer minha estadia ali impossível. Depois de chorar metade do meu carater deformado, eu fui derrubando meus próprios muros e entrando em contato com a realidade. Eu entendi a minha doença, entendi que todas aquelas pessoas eram uma reflexão de mim mesma.
Nunca pensei em fugir, mas por diversas vezes, eu ficava esperando pra entender qual era o segredo dos mais veteranos, com a certeza de que eles tinham algum estoque de drogas escondido em algum lugar, alguma pinga caseira feita de quero-quero. Depois isso passou. Há 5 meses, eu deixei meus únicos e verdadeiros amigos. Eu sei que a maioria deles talvez eu nunca mais volte a ver, mas cada um deles tem um pedaço do meu coração.

(to be continued)
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por • the potions' mistress as 05:28


Sunday 15 February 2009

some people shouldn't go on loving. never.

Fear is what makes me stupid. Not love, fear.
Fear of saying whatever the fuck I would like to say right now.
There's a whole Universe opening it's long dark tentacles in my direction.
And guess what, there's nothing you can do about it unless you are willing to be real.

I have fought my way in and out of this mess we are in, it's the mess we have created.
If you fear my past, I may be fearing my future right about now.

Some people shouldn't fall in love unless they are ready.
That's me, always struggling to find wich aspect of reality I should love.
Unless I am ready to make you a part of my life, wich I am, things shouldn't be that difficult.
Never.

You can't see or touch the thin line between me and my past, but it is there.
It is finding its way into this madness that is my head, heart and soul right now.
I think you should know. You already know we are two of a kind.
You make it hard for me to keep going that extra mile right now.

But yes. You'd be so easy to love.
Fear. Not love. Fear.
Don't fear being without me.
Fear being far away from me.
Numbness is dangerous to me right now.
And I'm running scared from it.

Love, always.
G.
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por • the potions' mistress as 16:55


Wednesday 11 February 2009

BALE ME OUT

bru, I FUCKIN LOVE YA!

ahsuahsuahsuhaushaushuas

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por • the potions' mistress as 03:23


Tuesday 10 February 2009

alô george, o ringo starr?

Ok, eu odeio premiações de todos os tipos - enquanto eu não for indicada a nenhuma delas - nunca vou entender o mecanismo por trás dos Oscars, Globo de Ouro e, pasmem, o Grammy. Pra mim, essa publicidade com cara de votação é bem ridícula e política. Apesar disso, eu presto atenção em todas elas, porque toda a unanimidade é, de fato, burra. Esse ano, além do bom e velho Coldplay e suas musiquinhas de domingo no parque, houve uma grande, enorme supresa.




Sim, senhoras e senhores membros do júri, este é uma das minhas lendas do rock prediletas, Robert Plant, que nunca ganhou um Grammy em milhares de anos com o Led Zeppelin, fez um disco bem produzido junto com Alison Krauss e levou 5 prêmios para casa. Como é? 5 prêmios.

O disco tem cara, gosto e ritmo de folk das montanhas, aquele tipo de música que você gostaria de ouvir quando está no meio do nada, bebendo o luar, bem a cara do Rob, que sempre foi chegado numa paz interior (rs). Raising Sand é bom de ouvir, a voz do velhinho está ótima como sempre e Alison é uma surpresa boa pra quem não conhecia, um pouco country, ela nunca havia cantado com uma guitarra e uma bateria antes. Ela é harmonica, e o Plant está bem comportado, nenhum berro fora de hora, nenhum efeito de voz, nada. Está tudo lá, é só ouvir. As músicas não cansam (por enquanto) e só tem um defeito: where the fuck is Jimmy Page?

Só faltou ele. Plant sem Page é como Gilmour sem Waters, Mick sem Keith, Jimi Hendrix tocando uquelele; mas a ausência é tolerável, se você não for ouvir o disco esperando um tributo fantasia ao Led Zeppelin. Como órfã da melhor banda de 'hard rock' que já existiu, eu peço: ESQUECE. Chega de luto, meninës. Ouça logo Raising Sand e seja feliz.



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por • the potions' mistress as 02:34


Saturday 7 February 2009

VENDETTA .

Nunca sabemos quando ser sinceros. Talvez nunca sejamos. E mesmo quando acreditamos em algo hoje, amanhã iremos crer em seu extremo oposto. E sabemos bem o que isso significa, sabemos muito bem o que é não querer nada do que somos ou dizemos. Sim, sabemos muito bem disso. Sabemos que somos apenas fantasmas, feitos de mentiras, sombras e ilusões e que nossa vida é oca por dentro e por fora. E no fim, não poderemos superar a tristeza, gritamos na noite, todas aquelas noites escuras e ninguém, ninguém nos ouvirá.



"Voilà! In view, a humble vaudevillian veteran, cast vicariously as both victim and villain by the vicissitudes of Fate. This visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the vox populi, now vacant, vanished. However, this valorous visitation of a by-gone vexation, stands vivified and has vowed to vanquish these venal and virulent vermin van-guarding vice and vouchsafing the violently vicious and voracious violation of volition"

fikdik.

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por • the potions' mistress as 08:35


Friday 6 February 2009

Síndrome de Gabriela e Complexo de Jim Morrison

Era uma vez uma garotinha totalmente incapaz de efetuar mudanças. Qualquer decisão para ela era um parto doloroso que se fazia bem desnecessário na maioria das vezes, por causa da descrença que a acompanhava constantemente. Para ela, era impossível acreditar totalmente nas pessoas, e por fim, em si mesma. Incapaz de dizer não, incapaz de dizer sim, ela se tornou uma série de personagens, um para cada aspecto da vida; um para os amigos, um para a família, um para os namorados e etc. Era uma mentira constante, dizia que não sabia amar porque era do signo mais complexo do horóscopo e sofria da Síndrome de Gabriela.





"Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim, Gabriela"





Um dia ela encontrou um garotinho muito peculiar, que sofria de um mal bem parecido com o dela. O moço era um mistério constante, do tipo mais imprevisível. Totalmente desprovido de qualquer vínculo real com o mundo a não ser sua inspiração criativa e o impecável bom gosto musical, ele forjava suas emoções com tanta intensidade que sofria muito por elas, a ponto de se sentia eternamente desamparado, incompreendido, diferente. Dizia conhecer tão bem a vida que esta o cansava, mas era bem possível que jamais conhecera qualquer intimidade, uma vez que ele, assim como a garota, havia construído um muro invisível em torno de si. Era um ótimo escritor de emoções, mas péssimo ao colocá-las em prática. Pregava a liberdade, mas ele mesmo se enfiara em uma prisão tão intransponível quanto Alcatraz. E ele dizia que não passaria dos 33 anos, já que era impossível se enxergar um dia tão velho. Sofria de um mal chamado Complexo de Jim Morrison.





"The time to hesitate is through"





Era assustador o modo como eles se entendiam, porém era mesquinho e um tanto egoísta, já que os dois se ligavam um no outro só para preencher a infindável sensação de vazio que os assombrava e parecia interminável. Agora eu pergunto, quantas duplas você conhece que começaram assim e chegaram até os noventa anos? Bonnie & Clyde? Marco Antonio & Cleopatra? Romeu & Julieta? Thelma & Louise? Elvis & Priscilla? Napoleão & Josefina? Sonny & Cher?





Não se enganem, eu sou mais parte dessa história do que vocês imaginam e ela vem se repetindo para mim há mais de 10 anos, porém, ser descrente ou emocionalmente incompreensível cansa. Jim Morrison não duraria 30 dias em uma clínica de reabilitação e Gabriela provavelmente teria escalado uma árvore para fugir dali, portanto, fica aqui o meu alívio, por ter saído da adolescência, por mais que ela continue pulsando em mim em todas as banalidades que eu amo nessa vida. Mas quando o assunto fica sério, é melhor você desligar o rádio e prestar atenção, porque não há nada mais triste do que a incapacidade de evoluir, sem perder a ternura e a paixão pela vida jamais.



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por • the potions' mistress as 02:48