Ok, eu odeio premiações de todos os tipos - enquanto eu não for indicada a nenhuma delas - nunca vou entender o mecanismo por trás dos Oscars, Globo de Ouro e, pasmem, o Grammy. Pra mim, essa publicidade com cara de votação é bem ridícula e política. Apesar disso, eu presto atenção em todas elas, porque toda a unanimidade é, de fato, burra. Esse ano, além do bom e velho Coldplay e suas musiquinhas de domingo no parque, houve uma grande, enorme supresa.
Sim, senhoras e senhores membros do júri, este é uma das minhas lendas do rock prediletas, Robert Plant, que nunca ganhou um Grammy em milhares de anos com o Led Zeppelin, fez um disco bem produzido junto com Alison Krauss e levou 5 prêmios para casa. Como é? 5 prêmios.
O disco tem cara, gosto e ritmo de folk das montanhas, aquele tipo de música que você gostaria de ouvir quando está no meio do nada, bebendo o luar, bem a cara do Rob, que sempre foi chegado numa paz interior (rs). Raising Sand é bom de ouvir, a voz do velhinho está ótima como sempre e Alison é uma surpresa boa pra quem não conhecia, um pouco country, ela nunca havia cantado com uma guitarra e uma bateria antes. Ela é harmonica, e o Plant está bem comportado, nenhum berro fora de hora, nenhum efeito de voz, nada. Está tudo lá, é só ouvir. As músicas não cansam (por enquanto) e só tem um defeito: where the fuck is Jimmy Page? Só faltou ele. Plant sem Page é como Gilmour sem Waters, Mick sem Keith, Jimi Hendrix tocando uquelele; mas a ausência é tolerável, se você não for ouvir o disco esperando um tributo fantasia ao Led Zeppelin. Como órfã da melhor banda de 'hard rock' que já existiu, eu peço: ESQUECE. Chega de luto, meninës. Ouça logo Raising Sand e seja feliz.